domingo, 21 de outubro de 2007

BUSCA

A grandeza cósmica da vida espanta ...

com um milhão de sentimentos bons
e coisas ruins que ela nos reserva.

Perdemos a oportunidade de sermos felizes.

Ninguém imaginou
O que hoje vivemos,
O que tentamos planejar
Com imensa autoridade.

Apenas,

Guardamos secretamente
A ilusão de sermos felizes.

Tony Borba

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Febril!

De corpo presente,

Te espero presente:

Salvação da ausência fébril

Que faz o fígado chutar os comparsas.


Curo minhas surpresas

De ausências premiadas

Com sede abstêmia,

Que é como consigo viver.


Já, now, eu e você

Somos como vinho no gargalo,

Como cigarro sem filtro

Como qualquer uma

Pra me esquecer

Tua ausência estupefata.


E esqueci.


E viro poesia,

Porra de poesia,

Que é luta livre

De ausência flamejante.


De corpo presente,

Não te espero presente,

Nem amores em caixas,

Nem encaixes perfeitos.

ESPELHO

Ando brigado
com o espelho
Figura abusada
que sempre vejo
tentando fingir
que é sempre
igual a mim.
Repete meus
movimentos
e num dado
momento
descubro
que não sou eu,
é uma imagem
perfeita,
é simetria,
é quase ceita,
é alma gêmea
mesmo tardia.

Tony Borba

sábado, 13 de outubro de 2007

CONDIZENTE

Uma lembrança
Simples
De uma vida
Simples...
Eu sempre achei que
Simples é bom,
Mas, nem sempre é
Simples
Compreender o
Simples
Que se passa
Simples
Nos teus olhos
Simples
Os meus beijos
Simples
Que quase
Simples
É assim...
Incompreensível.

Tony Borba

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Um Homem,

Um Homem Qualquer,

tropeçou.

Tropeçou e caiu.

Supercílio acostamento.

suco de amoras nos olhos não limpou.

Abriu vagarosamente as janelas da alma,

alcançou o futuro,

e não gostou do que viu.

Um Homem,

Homem Qualquer,

Tudo nas mãos e nada,

era um Homem Qualquer.

Decidiu voltar dois segundos e nunca mais tropeçar.


NADA A FAZER

Agora amigo,
Eu toco a vida,
Retoco a alma,
Refaço amigos,
Respiro poeiras,
Rebato palmas,
Retrato a calma e
Encaro de frente
Essa velha estrada...
Nada mais tenho
Em mente.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

MEDO

Ontem resolvi te ligar.

Ouvi tua voz...
Não quis falar.

A coragem faltou,
A voz faltou,
A vida faltou...

O chão faltou,
O mundo faltou,
O tempo faltou...

Só me restou,
A covarde armadura
Do anonimato.

Perdi você.

Tony Borba.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

MEU DOCE

Ela partiu...

Não tive coragem
De reagir...

Sem desistir,
Sem persistir,
Sem meu amor
Carta marcada,
Sentido errado de dor.

Na despedida,
A partida ficou,
Atrás,
Sonhei com côco,
Saudade,
Doce de leite,
Felicidade,
Sorvete,
Necessidade,
De flor,
De amor...

Doce amor.

Tony Borba

domingo, 7 de outubro de 2007

PASSADO

O livro que ganhei falava de vida,
de sonhos,
de pessoas que amei.

Não conheço o autor,
não pertenço à história,
mas tudo que li,
refrescou-me a memória.

Tocou fundo na alma,
elevou meu espírito,
carregou-me de paz,
de romance comum,
que todos vivemos.

Beijos que dei e roubei,
com os devidos consentimentos.

As molecagens no rio e as ladeiras da velha cidade...

O livro que ganhei falava de histórias comuns...
O livro da minha vida.

Tony Borba